4 de março de 2010

Um sorriso



Aquele segundo em que tudo fica para trás e nada pesa, nem a consciência ou o tempo, nem a roupa molhada, ou mesmo a chuva que cai sobre nós dois.
Continuas a sorrir, assim, só com os olhos, rasgados de uma alegria que a todo o custo tentas esconder.
Como eu. Continuas a resistir...
Dessa maneira, implacável e imune ao mais pequeno baixar de guarda.
Sinto-me bem e sei que tu também.
Sorriste mais uma vez, elevaste propositadamente a tua língua húmida ao lábio superior e deslizaste lentamente sobre os dois incisivos.
Arrepiaste-me.

Mas aos poucos foste olhando para dentro, fechando esse sorriso, tão discreta que nem dei por isso. Não sei quando o fizeste ou como o perdi.
Seria de esperar que depois disto tudo mudasse, mas não, olhamos apenas de uma perspectiva diferente.
Sinto-me bem e sei que tu também.
Sinto-te bem. Não porque sim mas porque estamos, assim.

Dizzee Rascal & Florence And The Machine - You´ve got the love (Brit Awards 2010)

3 comentários:

Anónimo disse...

Finalmente... o sorriso...
O arrepio é bom... mexe... altera... excita...
As várias perspectivas que vamos olhando vão-nos mudando sem sabermos... sem dar-mos por isso... podem fazer-nos arriscar a sentirmo-nos melhor... a deixar de resistir...
...ou até mesmo a desistir

Anónimo disse...

Vou sentir falta desses nossos momentos...

Odalisca disse...

;)