20 de novembro de 2005

A resposta está incompleta

O sino da Igreja tocava as 10 horas, e eu trocava respostas monossilábicas com o padre. Ele perguntou-me porque é que tinha aquela cara...parecia tão triste num dia tão alegre. Eu em desespero, dizia que era dos nervos, mas no fundo sabia para onde apontava o meu coração...
Na segunda fila da esquerda, lá estava a vizinha da Marta, que por acaso era também a sua melhor amiga desde os cinco anos. A sua vulgaridade, a meu ver sempre foi a sua melhor arma e não sei porquê, se havia alguém com quem eu gostava de rir, era com ela.
Mais uma vez, fiz um rápido zapping pelos convidados em ambas as filas de bancos, e mais uma vez ela agarrou o meu olhar por segundos...
As portas abriram-se e ela lá vinha, linda, com aquele branco puro que ofuscava os meus olhos.
Chegou-se a hora da confirmação. Eu, como até aqui, fui arrastado pelo vento, e as velas apontaram o caminho do sim, sem sequer pedirem autorização ao vento do “Pacífico”. Não sei porquê, ainda tinha esperança que tu te opusesses quando te fizessem a tal pergunta.
Esse momento chegou, o padre perguntava então para a assembleia, se havia alguém dentro dos presentes que se opunha a esta união...
Eu como que em desespero, olhei para a segunda fila da esquerda, na esperança de ouvir o que agora, sabia que não ias dizer.
O pastor das minhas lágrimas, deixou fugir do rebanho aquela mais verdadeira e angustiante. Bem sei que era apenas uma, mas sem duvida a mais salgada que algum dia me iria correr pelo rosto. A partir do dia em que a Marta nos apresentou, tanto eu como tu soubemos que ali havia algo mais que amizade, mas simplesmente nos recusávamos a aceitar o que à vista de todos era obvio.
A lágrima deslizou lentamente para o canto dos meus lábios, e eu secamente provei o Teu sabor. Aos olhos de todos era a minha felicidade que ali estava estampada, mas aos olhos da Sandra era a confirmação do meu erro, e a razão do meu envelhecimento!
Calei-me, como sempre fiz até ali.
Calei-me como me iria calar daí a dois anos enquanto conduzia e olhava o céu na procura de um barco comandado pelo Capitão Gancho... No rádio tocava uma musica de uma Boy´s Band...e já não sei bem porquê, a única palavra que eu teimava em escutar era: “incomplete”

3 comentários:

Anónimo disse...

Tal como te tinha dito zap, tu és capaz de melhor. Mas compreende-se andas cansado com a monografia. abraço

Anónimo disse...

tu és excelente a escrever. já te conheço á bastante tempo e mesmo assim consegues surpreender-me sempre.
nao há rapaz como tu, nem aqui nem em Marte.
só queria dizer que gostava de "ser" essa Marta, mas se assim fosse, eu falaria. deixar "fugir" um rapaz como tu: É CRIME.

beijos mto grandes e fofos como tu

Anónimo disse...

tou espantada!!! nunca sonhei k escrevesses mto menos k escrevesses tão bem fogo!!!, a maneira com te expressas é tão envolvente que prende os leitores ao teu texto, é como se eles "vivessem" o momento, tu conseques expressar os teus sentimentos de uma maneita tão verdadeira k os leitores do teu texto percebem exactamente o k keres dixer! vais ver k se escreveres um livro ainda vais ver k tens mto sucesso :P!!!!(acredito k sim, e depois com a pratica cada vez vais escerver melhor!!)