21 de julho de 2009

Sotaques


04h37

O quarto encontrava-se numa escuridão penetrante. Era assim que ele o tinha deixado há três horas atrás quando apagou a luz na esperança de adormecer.
Na rua corria teimosamente um vento gelado que tocava uma chuva amassadora.
Ali estava ele, debaixo de vários cobertores e dos mesmos lençois de flanela vincados de tanta volta. Ali estava aquele corpo, frio, quase quebradiço de tão gelado, até que o telefone toca secamente...

"- Qui est-ce? C`est toi?
- Oui, c`est moi..."

Foi aí que reparou que os lençois estavam peganhentos de tanto alívio, o ar quente de tanta saudade e os vidros embaciados de tão pouco ter.

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