28 de janeiro de 2009

Aquele beijo



Já começavam a romper os primeiros raios de sol depois de um leve aguaceiro que nos deixou completamente molhados.
Parámos a nossa corrida e recuperámos fôlego mesmo em frente ao elevador da bica, que ali deixava meia dúzia de turistas encalorados, todos eles empunhando orgulhosamente as suas máquinas fotográficas.
Sorrimos um para o outro e prosseguimos até à primeira travessa que apareceu. Era estreita, mal passava um carro, mas era perfeita para nós.
O chão ainda era de calçada e as fachadas da rua nitidamente queimadas pelo tempo.
Subi-te para cima de um alpendre que dava entrada para um prédio antigo, como se te quisesse esconder e guardar só para mim.
Tinhas os cabelos completamente molhados, que cobriam aleatóriamente os teus olhos e parte da tua boca.
Afastei-os.
Aproximei-me e senti a tua respiração ofegante.
Olhei-te nos olhos, e assim nos mantivemos por segundos, a aguentar aquela tensão, até ao momento em que tu desvias-te o olhar para os meus lábios...

1 comentários:

Anónimo disse...

sentimentos que se cruzam, palavras que se escondem,
vontades que não se escutam
paixoes que não se rompem ...