4 de outubro de 2008

Lar doce lar


Meter a chave na fechadura, rodá-la.
Descalçar, andar descalço.
Sentar no sofá.
Ter alguém.
Falar sobre as horas, as que passaram e as que passarão.
Comer aos bochechos.
Ligar o rádio, ouvir uma voz sem cara.
Ouvir aquela música, cantá-la mal.
Sentir os teus pés sobre os meus, dançar lentamente.
Refogado, o cheiro.
Uma palmada no rabo, um sorriso.
Jantar.
Sala, televisão, um filme.
Apagar a luz, chegar-me para o pé de ti.
Baixar os olhos, sentir-lhes o peso.
Olhar a televisão a espaços, apertar-te nos entretantos.
Adormecer, acordar.
Ir para a cama, lençóis frescos, esticar e encolher.
Lançar o braço sobre ti.
Inspirar fundo os teus cabelos.
E agora sim, fechar os olhos com autorização para sonhar...

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