12 de março de 2008

Tirem-me tudo...


Tirem-me o sol e a primeira flor da primavera, que sozinha é capaz de encantar o campo com a sua beleza e simplicidade.

Tirem-me o mar e o barulho das batalhas travadas entre ondas e rochas, disputas intermináveis que tiveram origem ninguém sabe onde nem porquê, mas uma coisa é certa, jamais terão fim.

Tirem-me os parques de diversão, repletos de gente, multidões que esquecem os seus pecados em cada trinca no algodão doce e libertam as suas angústias em cada “looping” da montanha russa.

Tirem-me os doces da avó, bolos apetecíveis e tentadores apenas pelo seu cheiro e aspecto, cada fatia até nos faz recordar a velha infância, pela paz, a inocência, a despreocupação, o silêncio…

Tirem-me a vontade de ir mais além, o desejo de conquistar e a audácia perante o desconhecido e o temível, lendas por desvendar, caminhos nunca antes explorados ou mesmo os já conhecidos, porque uma outra caminhada pode ser tão ou mais importante como a primeira.

Tirem-me o Luar e todas aquelas noites sentado à beira mar, olhando o céu estrelado, sentimento transportado pela escuridão medonha mas encantadora, desfrutando o que demais a vida nos oferece, dia após dia, e que por vezes desprezamos inocentemente.

Tirem-me tudo, mas não me tirem o paladar, porque enquanto sentir o sabor primoroso de beijos quentes, como uma bela tarde de verão e o sabor salgado de uma epiderme transpirada após uma pura noite de loucura, poderei afirmar, sem qualquer hesitação, que tu, Meu Amor continuas a meu lado…

WalterLove, a cantar desde 1982

1 comentários:

Anónimo disse...

Como diz Jorge Palma:
"Enquanto houver estrada para andar
a gente vai continuar
enquanto houver estrada para andar
enquanto houver ventos e mar
a gente não vai parar
enquanto houver ventos e mar"

Que seja sempre assim...