4 de janeiro de 2008

O estado da Justiça ou a justiça do Estado


Nos últimos três dias, vimos surgir noticias, que reflectem um dos problemas que se vive no nosso país e que enche páginas de jornais, comentários na Internet e conversas de café.
Hoje podemos ler, que o Governo quer avançar com penalizações agravadas para quem comete contra-ordenações graves e muito graves que chegam incontornavelmente à cassação de carta.

4 de Janeiro de 2008
“Governo quer Código da Estrada mais duro com infractores graves.
O Governo quer que se proceda à cassação da carta de condução se, no período de cinco anos, forem praticadas três contra-ordenações muito graves ou cinco contra-ordenações entre graves e muito graves.”
in Diário de Noticias

Até aqui nada de admirar visto que o “português” já nos habituou a que só se tiver altas penalizações é que cumpre leis, deixando cada vez mais de ser importante a prudência, o civismo e a boa educação, principalmente nas estradas do nosso país.
O estranho (talvez a palavra mais apropriada seja - revoltante), é quando ontem lemos uma notícia, que nos diz que uma figura pública, apanhada a conduzir com uma taxa de álcool, que para o cidadão comum seria crime, para além da já tradicional cassação da carta, continuará a conduzir nas estradas de Portugal.

3 de Janeiro de 2008
“A estrela de televisão José Diogo Quintela, dos Gato Fedorento, foi ontem condenado pelo tribunal ao pagamento de 400 euros e à execução de trabalho a favor da comunidade, depois de ter sido apanhado a conduzir com álcool. (…) onde lhe foi detectado 1,6g/l (gramas de álcool por litro de sangue). (…) O juiz que determinou a pena optou por não retirar a carta (…)” in Jornal de Noticias

É aqui que entram as conversas de café, onde se diz que, na mesma noite da “estrela” um colega foi apanhado a conduzir com 1,1g/l e ficará sem conduzir de 2 meses a 2 anos já tendo pago 500€ de multa. Que o colega passou um sinal laranja-rubro numa rua deserta e por isso paga 75€ e ficará sem conduzir de 2 meses a 2 anos.
É no mínimo revoltante que estas diferenças por extractos sociais ou por reconhecimento publico ainda sejam feitas, quando ainda à dois dias atrás o Chefe de Estado do nosso País, diz em directo que há que combater estas diferenças.

2 de Janeiro de 2008
“Palavras críticas deixou-as [o Presidente da Republica] para os "altos dirigentes de empresas" que, na sua opinião, auferem rendimentos "injustificados e desproporcionados" face aos salários médios dos seus trabalhadores. À preocupação com o acentuar das desigualdades sociais (…)” in Diário de Noticias

Esta diferença é cada vez mais evidente, deixando aos jovens do País uma ideia que já não se tem que lutar para ser alguém educado e responsável o importante é: ser “conhecido”, rico ou ter “cunhas”, senão o melhor é ir guardando as melhores tábuas para montar a barraca estável numa favela a criar! ;-)


1 comentários:

Pipabagagrifas disse...

bater no pobre e louvar o rico é o que está a dar no nosso país!