7 de setembro de 2009

One last time



Entrou em casa, aliviado por finalmente se abrigar naquelas velhas paredes, as suas.
O chão ainda era de soalho, rangia a qualquer mudança de direcção e assinalava a marcha cadente que ele hoje sozinho usava.
O relógio de parede lá disse preguiçosamente as horas, eram vinte e três...
Ligou a caldeira e foi-se despindo vagarosamente à espera do sinal que indica que a água já está quente.
Entrou em modo automático para o poliban, abriu a água quente e ali se deixou ficar esquecido, de braços esticados contra a parede de azulejo, enquanto as palavras dela lhe iam ecoando sucessivamente na cabeça. Uma cabeça que agora parecia mais pesada que nunca...

...

Com a sua mão direita limpou uma pequena parte do espelho embaciado, apenas o suficiente para ver o seu rosto destruído.
Apoiou ambas as mãos no lavatório e ali ficou, na esperança que o nevoeiro lhe apagasse a realidade.

1 comentários:

Anónimo disse...

Isso da cabeça pesada é forte.. Toma uma aspirina. Mas se é o que parece, não passa. Deixa de tomar "cálcio".... LOL
Foi uma brincadeira. O texto está muito bonito.