22 de maio de 2009

Lisboa!



Já fazia alguns anos que ele não sentia aquele ar, aquele chão, aquele cheiro, aquele toque… o toque de toda uma cidade que à beira mar, já o tinha acompanhado em vida e em sonho.

Ao sair do comboio, que em tempos teria demorado bem mais de um dia a fazer a viagem e que ele agora a tinha feito em algumas horas, sentiu de um lado o bafejar fresco do mar, do outro o calor do fado que guiava aquelas vidas.

Em vez de seguir o destino pelo qual tinha vindo novamente ali, seguiu rua acima em direcção ao coração da cidade.

A pé foi passando por bairros ainda cheios “daquela” vida, não a vida normal de uma cidade, mas a vida que tanto o apaixonara em tempos.

A vida transmitida por crianças a jogar com uma lata na rua sem carros.

A vida de uma criança sentada no colo de uma avó emprestada.

A vida transmitida pelo cheiro a sabão dos tanques de lavar, dos manjericos à janela plantados, dos jardins floridos que davam cor a um casal de namorados.

A vida do jovem a arranjar o telhado partido da vizinha, não porque esta lhe pediu mas porque este viu.

A vida da cidade casada com o Sol, casamento este que a deixava ainda mais bonita, mais serena e mais alegre.

Era toda esta vida que fazia daquele coração citadino, o coração perfeito que continuava a trazer na sua mão.

O coração daquela que ainda era “A minha Cidade!”.

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