15 de março de 2008

O poder de uma (in)decisão!


Eram apenas mais duas pessoas no mundo. Duas pessoas que se encontraram num determinado contexto e assim se viram pela primeira vez.
Sentindo desde o primeiro dia um tendão invisível que os puxava um para o outro, viveram lado a lado durante determinado tempo sem nunca terem trocado palavras que não fossem de trabalho e o “bom dia” e “até amanha” naturais de quem chega todos os dias ao trabalho e se senta na secretária ao lado de outro alguém.
Ou porque o destino assim o quis, ou porque mesmo querendo faltou a coragem a um dos dois, ele saiu para um novo emprego sem nunca terem dito um ao outro o que sentiam.
Sem terem falado daquela sensação estranha quando os seus olhares se cruzavam.
Sem terem falado daquele bicho que lhe corroía o peito quando ela falava sobre as movimentações na bolsa com ele.
Sem terem falado daquele aperto que ela sentia quando o via sair todos os dias.
Sem terem falado daquela sensação de falta quando estavam ambos sozinhos em suas casas, sobre a cama e a contemplar o tecto do quarto, a pensarem um no outro.
Mas o destino é traiçoeiro e quis este que se voltassem a encontrar anos mais tarde.
Nesse momento ambos sabiam que tinham sido felizes…
Ela tinha estado casada e apesar do marido ter morrido anos antes, tinham criado duas lindas filhas que já tinham alargado a família com netos que a visitavam constantemente deixando-a sempre como um sorriso quando os via.
Ele tinha ido para Inglaterra. Sem ter casado e sem ter tido filhos tinha sido feliz à sua maneira. Tinha dedicado a vida à profissão e ao ensino. Tinha sido Nobel. Tinha deixado um legado de obras literárias.
Naquele dia quando os seu olhares se cruzaram ambos sentiram que apesar de tudo, teriam sido muito mais felizes juntos.
Trocaram então as primeiras palavras sobre sentimentos:
- Porque nunca me disseste nada se sabias que te amava?
- Sempre te amei e amarei…

1 comentários:

Anónimo disse...

mas nao falar de sentimentos por que? passar por cima do que de mais puro existe como essas sensações?para que?p viver uma vida iludindo-se que são felizes de uma ou outra forma? qdo o poderiam ter sido logo?ou talvez não claro!? mas se não o viverem logo, se nao falarem, nunca o saberão,...viver para vir a olhar p tras e ver que fomos infelizes pq pensamos demais, refletimos demais sobre o que sentimos é um erro...pensar no seu devido lugar, mas sem destruir a pureza do que se sente...podemos ser felizes muitas vezes, sem nunca atingir um estado permanente de felicidade, mas para isso os momentos têm de ser vividos, sentidos, falados,...


catarina