25 de fevereiro de 2008

Impressões de espírito


À primeira impressão era apenas alguém,
alguém indiferente.
Que na segunda me pareceu diferente,
diferente por ser apenas ela.
Tão ela que à terceira,
que por ela será a última,
me obrigará pela primeira, vez,
a inventar do nada,
qualquer coisa,
que de tão parva ou original,
para ela seja suficiente.
Insuficiente será,
se não houver quarta
numa qualquer quinta, feira
onde te encontre entre a multidão.
Sozinha e tão cheia de pensamentos,
que de cara vazia,
olhas todos
e apenas me vês a mim.
Falamos, dialogamos,
sem a pressão do tempo,
vindo do céu ou riscado pelo relógio.
O frio, agora mais quente,
descontraído e latente,
revela o já sabido.
Que antes da terceira,
ela,
já havia estranhado,
renunciado, até desdenhado,
aos olhares e sinais que na segunda,
apenas desmarcaram,
aquilo que na primeira,
era apenas mais uma, impressão,
in-diferente.





2 comentários:

Zana disse...

Gostei muito :)

Beijo poético

Pipabagagrifas disse...

Não me consegui ficar pela primeira impressão ao ler, nem pela segunda... Li novamente e à terceira impressão consegui comentar... Gostei desta tua "visão dupla"! É bom quando temos oportunidade para mais que uma impressão. Não devemos deixar que nada seja indiferente.

:)