20 de dezembro de 2007

Back in 1995



Abril de 1995.
A stôra de Matemática (Directora de turma) não se cansa de insistir connosco, e constantemente fala da importância de escolhermos o nosso futuro.
Saímos todos da sala numa correria para ver quem chega primeiro ao bar. Não é que eu vá comprar alguma coisa para comer, os 60$00 que tenho na carteira do Benfica não dão para isso. Para a semana já tenho dinheiro para uma pastelaria fresca, penso eu.
Não resisto à fome e vou desembrulhando a carcaça com queijo que a minha mãe me fez.
Sento-me nas mesas do bar à espera do quarteto de amigos, enquanto eles vão comprar o lanche.
Vamos fazer um ou dois jogos de sueca. Somos cinco e eu não me importo de começar de fora, além disso, Ela acabou de se sentar mesmo aqui ao lado, sempre dá para espreitá-la mais uma vez.
Enquanto a minha cabeça se perde em inconsequentes sonhos e imaginações, na MTV acaba o videoclip de uma tal de Alanis Morissette e começa um videoclip dos Nirvana-Unplugged. É então que me lembro-me que tenho que pedir ao Zé Nuno para me gravar uma cassete deste grupo, têm uma ou duas músicas que eu até gosto.
Toca para a entrada. Agora é uma hora de Orientação Profissional, sinceramente já começo a ficar farto de tantos testes com cruzinhas, e sempre sem me dizerem o que hei-de escolher como profissão.
Já em cima do segundo toque, subimos as escadas do pavilhão C em direcção ao gabinete de Orientação. Já dentro da sala com mais 4 colegas meus, e sob as ordens da orientadora, começo a escrever um texto na altura a meu ver inconsequente, onde descrevo como me verei daí a 10 anos.
“ Daqui a 10 anos terei 24 anos de idade. Já terei uma mulher e dois filhos, casa e emprego.”
Não fui capaz de designar uma profissão, mas não hesitei em dizer que estaria casado, e até com 2 filhos!!!
Doze anos depois mete um pouco de confusão pensar nesta previsão. Tenho pena de não ter acesso aquele papel, se hoje o tivesse, garanto que estaria emoldurado, para me lembrar que na vida quanto mais planeamos, menos acertamos.

4 comentários:

Anónimo disse...

sem duvida. eu ja dei tanto tropeçao q n estava programado meu deus! acho q é mesmo assim. a vida gsta d nos supreender, nem sempre pela positiva, mas enfim...


acho q estou a ficar viciada no teu blog =)




beijinho grd da Catherine

Sara Caeiro disse...

Vá lá... Agora dão-nos uma margem de 20 anos (acho eu =S, pelo menos não me lembro de achar que aos 24 estava casada e sei que lá escrevi isso).

Deve ser para não nos desiludirmos tanto...

Don't worry be happy =P

***

tanyaalexandra disse...

Talvez porque progrmamos tanto a vida é que ela nos sai ao comtrario, ou talvez porque pensamos muitos anos ha frente, sem saber o que acontece quando tudo ha volta de nos esta a mudar.
Ja fiz essa mesma introspeçao e nao correu muito bem, nesta altura tambem pensava ter uma casa e um marido continuo sozinha e nem sei se algum dia vou casar ou se que se o namorado se quer se juntar para construir familia...

jp disse...

abril de 1995, fogo é metade da nossa vida. aposto que fazia parte desse grupo que ia jogar uma ou duas partidinhas de sueca (que bons velhos tempos),lembro-me dos videoclips que passavam no bar, mas não da directora de turma prof de matematica...e tb não me lembro do que escrevi nessa redacção.
Obrigado pela recordação,amigo.