31 de maio de 2006

O nosso baile...


Grande parte da minha juventude foi passada em frente ao pequeno ecrã. Sempre gostei muito daqueles filmes americanos para jovens, onde não podia faltar a referência ao baile de finalistas. Nesses filmes, era impensável um rapaz ir ao baile sem arranjar um par, e quanto às raparigas... bem, a parte das raparigas já não me lembrava, não me lembrava, mas agora sei que não me vou esquecer!!!
Faltava uma semana para o meu baile de finalistas e já o reboliço tinha começado, na parte das raparigas é claro.
Ele era o penteado, o catalogo do penteado, o vestido, a cor do vestido, as alças, as costas que ficavam às vistas, as ancas que sobressaíam, a racha no vestido que mostrava toda a perna, os sapatos, os saltos dos sapatos, a mala...e o rapaz.
Uma hora e meia depois da hora marcada...(se elas são assim no baile de finalistas imaginem no casamento) lá vinham elas... e aí, eu compreendi o porquê de tanta azafama numa semana... até se me apertou o coração com tanta beleza!
Ao contrario do que acontece nos filmes, poucos eram os casais, mas os que o eram, vinham curiosamente arranjados, o namorado com a gravata a condizer com o vestido da namorada...uma dica a registar.
Enquanto esperávamos pela comida, deu-se o habitual reboliço dos últimos dias...fita para aqui, fita para ali, quando dei por mim já tinha fitas nos bolsos das calças, do casaco, espelhadas na cadeira.. eu sei lá!

No meio do jantar, as conversas iam-se cruzando, e nós com o decorrer do tempo lá nos fomos aproximando. Sempre assim foi, e embora mais uma vez tivesse-mos começado separados...
Finalmente veio a musica, e com ela, o pretexto para acabarmos juntos...

Parei por momentos, e estávamos todos juntos na pista de dança. Nós rapazes lá íamos trocando as nossas impressões, e não vou negar que nos rendemos à vossa semana de preparos!!!
Já em tom de despedida... iam-se tendo conversas proibidas, que muito provavelmente ali morreram. Abraços sentidos com tanta força como se de um grito se tratasse...porquê?
Porque ali, naquele grupo estava um pouco de nós. Um pouco de nós que sabíamos que íamos perder.
Todos crescemos nestes 4 anos, e isso deve-se ao facto de cada um de levar consigo um pouco de todos.

Olhava por cima do ombro enquanto seguia os clic´s das maquinas fotográficas. Não resisti, e fui buscar a minha. Ainda bem que nesta fotografia a musica nunca vai parar...
Guardei a máquina.
Bruscamente... a musica parou de tocar...

1 comentários:

Anónimo disse...

Puto, estava para comentar este texto já há algum tempo. Não tenho muito para dizer, a não ser que este é um dos melhores que escreveste até hoje. Só nos sabemos o forte significado que estes 4 anos tiveram para nós... És um dos meus preferidos... Beijo muito grande... Não posso deixar de dizer que as lágrimas são inevitáveis quando leio o que escreveste sobre este dia tão especial...* B.